Se você já assistiu a Demon Slayer e ficou encantado com espadas que cortam demônios, respirações mágicas e animações de tirar o fôlego, é bem provável que, em algum momento, tenha se perguntado: “Afinal, Demon Slayer se passa em que ano?”
E não, não é no Japão dos samurais feudais nem na era dos smartphones. A resposta está em um ponto histórico fascinante: a Era Taishō, um período cheio de transformações, inovações e, claro, um toque de caos — perfeito para ambientar uma história onde humanos enfrentam criaturas sobrenaturais com katanas brilhando sob a lua.
Neste artigo, a gente vai mergulhar fundo nesse contexto: entender quando Demon Slayer se passa, o que estava rolando no Japão nessa época e por que essa escolha de período histórico faz tanto sentido para a trama.
Prepare o chá, ajeite a postura e bora entender o mundo de Tanjiro, Nezuko e companhia — com um pouquinho de história, cultura e boas risadas no caminho.
Era Taishō (1912–1926): o pano de fundo de Demon Slayer
Sim, é oficial: Demon Slayer se passa durante a Era Taishō, um período histórico do Japão que durou de 1912 a 1926.
Mas calma, não vá achar que isso é só um detalhe decorativo. Essa escolha de época é uma das mais geniais do anime. A Era Taishō veio logo depois da Era Meiji (aquela que tirou o Japão do isolamento e o lançou de cabeça na modernidade). Ou seja, era um tempo em que o país ainda tentava equilibrar tradição e progresso — algo que se reflete perfeitamente na atmosfera da série.
Enquanto alguns personagens ainda vivem como camponeses ou artesãos tradicionais, outros já aparecem com roupas de estilo ocidental, trens a vapor e até eletricidade chegando nas cidades. É literalmente um Japão dividido entre o antigo e o novo — uma metáfora visual deliciosa para o próprio embate entre humanos e demônios.
As vibes da Era Taishō
Pra você entender o clima: imagine um Japão em transição, onde ainda se andava de quimono, mas o rádio começava a fazer sucesso. Onde um trem a vapor era o auge da modernidade (alô, Mugen Train 👀), e onde a elite japonesa começava a usar terno, enquanto o campo ainda vivia como no século anterior.
Essa mistura dá o tom da série: Demon Slayer não é totalmente feudal, nem completamente moderno. É aquele meio-termo estiloso, com charme retrô e tecnologia engatinhando.
O Japão em transformação: política, economia e cultura
Agora que você já sabe que Demon Slayer se passa na Era Taishō, vale a pena entender o que estava rolando no Japão de verdade nesse período.
1. Mudanças políticas e instabilidade
A Era Taishō foi marcada por uma série de transformações políticas. O imperador Taishō subiu ao trono após o falecimento do Imperador Meiji, mas seu estado de saúde era frágil, o que fez com que o país fosse administrado mais por políticos do que pela figura imperial.
Essa instabilidade abriu espaço para o crescimento do parlamentarismo e o fortalecimento de partidos políticos. Em resumo: o Japão começou a flertar com a democracia — ainda que timidamente.
E isso tem tudo a ver com Demon Slayer: o anime mostra um Japão que está tentando encontrar equilíbrio entre o velho e o novo, o autoritário e o racional, o espiritual e o científico.
2. Economia a mil — mas nem pra todo mundo
O início do século XX trouxe uma explosão econômica. Indústrias surgiam, a urbanização acelerava e a tecnologia começava a se espalhar.
Mas, claro, como em toda transformação rápida, nem todo mundo saiu ganhando. As desigualdades sociais cresceram, o campo continuou pobre e o contraste entre cidade e interior se acentuou.
É justamente esse contraste que vemos nos primeiros episódios de Demon Slayer: Tanjiro vem de uma família simples, isolada nas montanhas, completamente distante das luzes da modernidade.
3. O choque entre tradição e modernidade
O charme de Demon Slayer está nesse contraste cultural.
De um lado, temos guerreiros com espadas e técnicas milenares; de outro, trens, uniformes e armas de fogo começando a aparecer.
Esse embate é o coração da Era Taishō — e da própria narrativa da série. É o Japão tentando manter suas raízes espirituais e culturais enquanto o mundo lá fora muda em velocidade recorde.
Demon Slayer e a Era Taishō: coincidência? Nem um pouco!
Nada em Demon Slayer é por acaso. A escolha da Era Taishō como cenário não é apenas estética — ela carrega um significado simbólico poderoso.
A dualidade humana (e demoníaca)
Durante a Era Taishō, o Japão vivia dividido entre luz e sombra: o progresso e a tradição, a ciência e o espiritual, o racional e o místico.
Soa familiar? É exatamente a mesma dualidade que o anime explora entre humanos e demônios.
Os demônios representam o lado obscuro, os instintos primitivos e o medo do desconhecido, enquanto os caçadores simbolizam o esforço humano de manter o controle, a ordem e a esperança.
O progresso como metáfora
O trem do Mugen Train (filme e arco icônico da série) é um símbolo perfeito desse progresso. Uma máquina moderna, tecnológica, que se torna palco de uma luta entre o sobrenatural e o humano. É como se o próprio Japão estivesse ali, tentando manter a essência espiritual enquanto o vapor e o aço avançavam.
Detalhes históricos que aparecem na série
Demon Slayer é uma aula disfarçada de entretenimento.
E se você prestar atenção, vai notar vários elementos típicos da Era Taishō espalhados pela história:
1. Roupas e moda
Os personagens misturam estilos.
Enquanto Tanjiro usa um haori tradicional, outros personagens aparecem com roupas ocidentais — ternos, suspensórios, botas. Esse mix era comum no Japão da época, onde a elite urbana já começava a adotar o visual europeu.
2. Tecnologia
Além do famoso trem, há telefones, energia elétrica e até iluminação pública nas cidades maiores — tudo fruto do avanço tecnológico que marcou o início do século XX no Japão.
3. Organização militar e hierarquia
Os caçadores de demônios têm uma estrutura quase militar, com uniformes padronizados e divisões hierárquicas. Isso também é um reflexo da modernização do exército japonês, que vinha se estruturando desde o final da Era Meiji.
4. Cultura e religião
Apesar da modernidade, a crença em forças espirituais, yokais e demônios ainda era muito presente na mentalidade popular. O anime aproveita isso lindamente, misturando folclore, religião e filosofia oriental.
Por que a Era Taishō é perfeita para Demon Slayer?
Agora que já entendemos o contexto, dá pra responder de forma completa: Demon Slayer se passa em que ano?
R: Durante a Era Taishō (1912–1926) — e não poderia haver escolha melhor.
Essa época é o equilíbrio perfeito entre passado e futuro, tradição e modernidade, humanidade e tecnologia.
O anime aproveita isso para criar um universo que parece antigo, mas não velho; moderno, mas ainda místico.
Imagine se Demon Slayer se passasse na Era Edo (séculos antes): seria só mais um anime de samurais.
Agora, se fosse na Era Shōwa (pós-1926), perderia o charme retrô e o contraste visual.
A Taishō é o ponto exato onde tradição e inovação se abraçam — e brigam ao mesmo tempo.
Como a Era influencia a história de Tanjiro Kamado
O protagonista, Tanjiro, é praticamente o símbolo da transição Taishō. Ele é um jovem de valores tradicionais, com um senso de honra e compaixão à moda antiga, mas que vive em um mundo em constante mudança.
A tragédia que o transforma em caçador de demônios acontece em um contexto de isolamento e pobreza — realidades comuns nas regiões rurais japonesas da época.
Ao mesmo tempo, ele vive cercado por sinais do novo Japão: trens, cidades movimentadas e novas tecnologias que transformam o país.
Tanjiro é, no fundo, um reflexo do japonês da Era Taishō: tentando preservar a humanidade em meio a uma avalanche de mudanças.
Curiosidades da Era Taishō que você talvez não saiba
- Educação em alta: o acesso à educação cresceu muito nessa época, o que explica o surgimento de personagens mais instruídos e articulados, como os Hashira.
- Expansão urbana: cidades como Tóquio começaram a se modernizar com bondes, iluminação elétrica e cinemas.
- Influência ocidental: a cultura europeia estava na moda — da arquitetura à música.
- Crises espirituais: com tanta modernidade, cresceu também o interesse por espiritualismo e ocultismo, temas que aparecem nas entrelinhas do anime.
O impacto dessa ambientação no sucesso da série
O sucesso de Demon Slayer não vem só da ação ou da animação impecável, mas também da ambientação cuidadosamente construída.
A escolha da Era Taishō como cenário dá um charme único, quase nostálgico.
É um Japão bonito, mas sombrio; moderno, mas cheio de fantasmas do passado.
Essa ambientação permite ao público moderno se identificar com os dilemas dos personagens — afinal, quem nunca se sentiu no meio de uma mudança gigante, tentando não perder a própria essência?
Conclusão: Demon Slayer se passa em que ano mesmo?
Depois dessa viagem no tempo, podemos responder com todas as letras:
Demon Slayer se passa durante a Era Taishō (1912–1926), um dos períodos mais ricos, contraditórios e esteticamente fascinantes da história japonesa.
Esse cenário não é só pano de fundo — é um personagem vivo dentro da história. Ele molda os protagonistas, reflete seus conflitos e dá à série um charme inconfundível.
Então, da próxima vez que alguém te perguntar “Demon Slayer se passa em que ano?”, você pode responder com confiança — e talvez com um leve ar de professor de história do anime:
“Na Era Taishō, claro. Aquele período em que o Japão ainda usava quimono, mas já pegava trem pra ir trabalhar.”
FAQ: Perguntas frequentes sobre o período de Demon Slayer
1. Demon Slayer se passa em que ano exato?
A série não define um ano exato, mas acontece entre 1912 e 1926, durante a Era Taishō.
2. Por que o autor escolheu a Era Taishō?
Porque é um período de transição entre tradição e modernidade, o que reflete perfeitamente o conflito entre humanos e demônios.
3. O trem do Mugen Train existia mesmo nessa época?
Sim! Os trens a vapor eram símbolo de modernidade no Japão Taishō.
4. As roupas dos personagens são historicamente precisas?
Em boa parte, sim. O anime mistura elementos tradicionais e ocidentais, como realmente acontecia na época.
5. O mundo de Demon Slayer é 100% histórico?
Não totalmente. Ele é inspirado na Era Taishō real, mas mistura fantasia, folclore e muita licença poética.